sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Poema De Sete Faces


Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.



As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.



O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.




O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.



Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.




Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.




Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.




Fonte: http://www.revistabula.com/391-os-dez-melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/

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No meio do caminho

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra




 Fonte; http://www.horizonte.unam.mx/brasil/drumm3.html

Biografia de Drummond

Nasceu em Minas Gerais, numa cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Seus antepassados, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de há muito tempo estabelecidas no Brasil. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte, no Colégio Arnaldo, e em Nova Friburgo com os jesuítas no Colégio Anchieta. Formado em farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas meia hora (e a quem é dedicado o poema "O que viveu meia hora", presente em Poesia completa, Ed. Nova Aguilar, 2002), e Maria Julieta Drummond de Andrade.
No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha. Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas. Sua morte ocorreu por infarto do miocárdio e insuficiência respiratória.
Em 1987, meses antes de sua morte, a escola de samba Mangueira o homenageou no Carnaval com o enredo "O Reino das Palavras", sagrando-se campeã do Carnaval Carioca naquele ano.
Existe colaboração de sua autoria no semanário Mundo Literário (1946–1948).



Fonte; https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Poesias do Manuel Bandeira

Cartas de Meu Avô

A tarde cai, por demais
Erma, úmida e silente…
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.
E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.
Enternecido sorrio
Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio.
Cartas de antes do noivado…
Cartas de amor que começa,
Inquieto, maravilhado,
E sem saber o que peça.
Temendo a cada momento
Ofendê-la, desgostá-la,
Quer ler em seu pensamento
E balbucia, não fala…
A mão pálida tremia
Contando o seu grande bem.
Mas, como o dele, batia
Dela o coração também.

Fonte:http://www.revistabula.com/564-os-10-melhores-poemas-de-manuel-bandeira/

Declaração de amor atual

Te amo cada dia mais
Quanto mais tempo passo ao seu lado, mais tenho a certeza de que nasci para encontrar você. Quando nos conhecemos, senti no seu olhar uma familiaridade antiga, eterna, vinda de outras vidas. Senti conforto. 

Foi amor à primeira vista, e não paixão. Naquele momento, senti calma em meu coração. Era como se tivesse encontrado o meu lugar no mundo. Só depois de amar você é que me vi apaixonado por você. 

Com o tempo, fui me apaixonando pelo seu jeito de falar, pelos seus gostos, pelo seu rosto. O meu amor se aqueceu, se encheu de vida, agitou a minha alma. Hoje, me sinto completo ao seu lado, me sinto feliz, e a cada dia que passa eu amo você mais e mais, e mais feliz sou com esse amor!

Para mim, cada minuto ao seu lado é uma dádiva, é um encontro divino. Só tenho que agradecer e comemorar pelas horas, pelos dias, pelas semanas, pelos meses e anos ao seu lado. Eu te amo, ontem, hoje e sempre!





fonte :
http://www.mundodasmensagens.com/mensagens-declaracao-amor/
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Declaração de Amor da década de 1980

De Karl Marx para sua esposa Jenny von Westphalen



“Meu amor, enquanto nos separa um espaço, estou convencido de que o tempo é para o meu amor como o sol e a chuva são para uma planta: fazem crescer. Basta você ir, meu amor por você apresenta-se a mim como ele realmente é: gigantesco; e nele se concentra toda minha energia espiritual e toda a força dos meus sentidos …. Você vai sorrir, meu amor, e te perguntarás por que eu caí na retórica. Mas se eu pudesse pressionar contra o meu coração o seu, puro e delicado, guardaria em silêncio e não deixaria escapar nem uma só palavra."


Fonte :http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/5-cartas-de-amor-escritas-por-personagens-historicos/